Nasceu João Francisco Sornas em Mira, Portugal, em 15 de agosto de 1892 e, faleceu em Marília em 11 de maio de 1964. Vindo para o Brasil, em 1915, e em 1918, quando a Estrada de Ferro Noroeste do Brasil estendia seus trilhos para Araçatuba, veio para Avaí, onde se casou com D. Francisca da Cunha Sornas. Estabeleceu-se como comerciante e exportador de café e algodão, com propriedades agrícolas, com cultura cafeeira, sendo assim pioneiro naquela região. Em 1926, veio para a região Alto Cafezal, adquirindo uma gleba de terras que desbravou e plantou cafeeiros, nas adjacências da cidade, denominando-a “Fazenda Âncora”, nas proximidades da Fazenda Santa Ondina, mas mudou-se para Marília somente em 1928, sendo assim considerado pioneiro. Veio residir à Avenida Carlos Gomes, quase esquina da rua Nove de Julho, vizinho do pioneiro Sebastião Gonçalves Sobrinho. Com a abertura do Patrimônio de Marília construiu em 1929 a sua residência à Avenida Ipiranga nº 25, prédio assobradado que ainda hoje existe e que tem em seu frontal a data da sua construção, prédio esse que seria o primeiro de tijolos construído no Patrimônio de Marília. Mudou-se novamente para a rua Carlos Gomes, em outro prédio que construiu, do qual saiu em 1936 para o sobrado que construiu à rua Quatro de Abril, esquina da Cel. Galdino de Almeida e que ainda hoje existe e que habitou até seu falecimento, causado por desastre de automóvel. Em 1928 instalou com seu cunhado Joaquim Marujo Filho a Tipografia Âncora à esquina da rua Nove de Julho com a Avenida Nelson Spielmann. Teve também máquina de benefício de café em sociedade com Ângelo Fiorini em 1930. Além da Fazenda Âncora, expandiu suas atividades na lavoura cafeeira e pastoril, com propriedades em Ocauçu, onde introduziu o cultivo da oliveira, com grande resultado; em Paulópolis, Cornélio Procópio, duas propriedades em Rolândia e Mandaguari, estas três últimas no Paraná e ainda no Estado de Mato Grosso. A par de todas essas atividades não deixou de participar de todos os movimentos associativos da cidade, tomando parte nas instalações do município, comarca, na fundação da Sociedade Luso-Brasileira, esta de predominância da colônia lusitana, e da instalação do vice-consulado de Portugal, embora sua extrema modéstia não lhe permitisse aceitar os cargos de direção para os quais estava naturalmente indicado pela sua capacidade e eficiência. Muito comunicativo e honesto gozava de ótimo conceito pela sua firmeza de caráter e pela afabilidade, sendo seu falecimento objeto de grande consternação. A Prefeitura de Marília agradecida deu o nome deste notável português de nascimento e brasileiro de coração, a uma rua do Jardim América. Fonte: Paulo Corrêa de Lara e Paulo César Colombera - Comissão de Registros Históricos Jornal do Comércio de 07/11/89. Lei 1251/65