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Ruas de Marília

Praça Maestro Jorge Galatti

Maestro Italiano nascido em 28 de julho de 1885 e falecido em Marília em julho de 1968. Compositor de inúmeras músicas, dobrados e marchas, foi o autor da célebre música “Saudades de Matão”. Foi dado seu nome ao Coreto da Praça Maria Isabel. Fonte: Paulo Corrêa de Lara - Comissão de Registros Históricos Jornal do Comércio de 19/04/89 Texto enviado por Daércio Galati Vieira: Breve história do autor de “Saudades de Matão”. O maestro Jorge Galati, as procissões da Semana Santa e os dobrados da Associação Musical Mariliense. O filho do “seu” Domingos nasceu em Pizzo, Itália, para ser músico no Brasil. O maestro Jorge Galati nasceu na cidade de Pizzo, província de Catanzaro, solo italiano, a 28 de julho de 1885, vindo para o Brasil com sua família lá por volta de 1889, trazendo na alma os pequeninos quatro anos e grande vocação musical. Deseja ser maestro, músico ou regente de orquestra, sonhando, como acontece com os meninos que vêem, ouvem e sentem, talvez de um passado longínquo, o desabrochar de uma vocação. Quando em São José do Rio Pardo, formosíssima cidade do Estado de São Paulo, no quintal, do casarão da Rua Benjamim Constant, o menino colocava certa quantidade de tijolos comuns e de pé, alinhando-os e, empunhando uma varinha dirigia sua “banda”, dona Vicência Maria Galati se dirigia ao marido, preocupada: -- “Domingos, não sei o que será de nosso filho! Onde se viu tijolo ser músico...” Mas a compreensão do pai, ainda ligado às tradições musicais de sua velha Itália, não pôs obstáculos para que em 1896, o garoto de 11 anos iniciasse os primeiros estudos de música com o professor Vicente Rondinelli. A alegria do velho cresceu quando, após apenas 3 meses de escola, viu o professor Rondinelli colocar seu “bambino” na banda que dirigia, empunhando com ligeiras dificuldades o tamanho do trombone de harmonia. E as surpresas do menino começaram a aparecer, aos 6 meses de música toma coragem e compõe um dobrado. O professor Vicente Rondinelli fica admirado com a composição denominada “Às margens do Rio Pardo”, e como mestre, faz questão de levar sua banda até a sede de outra corporação musical, a então conhecidíssima “Luso-Brasileira” sob a regência do maestro português António Maria da Cunha (saudoso progenitor do tenente António Bento da Cunha, sub-regente da banda do 4º BC, de São Paulo) que, executando-o consagra o compositor oferecendo uma festa e saudando-o com um brinde de gasosa (bebida favorita da época). O ano de 1902 encontra o músico Galati como elemento da “Ítalo-Brasileira” da cidade de Araraquara obediente à batuta do maestro João Pinto Cardozo. Quando esse maestro muda sua residência para Ibitinga, na corporação “Ítalo-Brasileira” fica a vaga de dirigente, candidatando-se para o cargo os músicos João Aranha do Amaral (clarinetista), Raul Tobias Monteiro (pianista) e Jorge Galati (trombonista-cantante), porém João Aranha e Raul Tobias retiram suas candidaturas porque juntamente com os demais elementos da corporação reconhecem a capacidade do companheiro, não obstante seus apenas 15 anos. No novo posto Jorge Galati vê-se impulsionado para as de sua banda agora verdadeira; passa por seu cérebro todas as imaginárias notas que antigamente dirigia aos seus “músicos de tijolos” e então elas foram formando uma bagagem: -- “E a valsa Saudades de Matão?” Em 1904, o maestro Jorge Galati compõe a valsa-choro “Francana” em homenagem à Franca, a bela cidade paulista; mais tarde um grupo de amadores de Matão, apreciadores de valsa “Francana”, música cujo nome desconheciam, mas que muito haviam ouvido e tocado, rebatizaram-na com o nome de “Saudades de Matão”. A música tornou-se conhecida no Brasil inteiro. Cornélio Pires e seus violeiros: Mariano e Caçula, de Piracicaba, levaram-na para todos os recantos e tornaram-na popular em toda parte, como o nome de “Saudades de Matão”, já com letra de Raul Torres. Um conceituado advogado de Marília, sendo natural de Matão solicitou ao autor, a conservação do nome “Saudades de Matão”, visto que essa melodia se tornara conhecida em todo o Brasil, com o nome de sua terra, sendo atendido esse pedido, que foi do Dr. Bráulio Costa, a valsa-choro “Francana” ficou sendo, definitivamente ”Saudades de Matão”. Há um fato curioso na vida do maestro Galati; passado algum tempo volta à Araraquara, conhecido musicista João Pinto Cardozo e, “Ítalo-Brasileira” na condição de simples músico atento à batuta do ex-discípulo, reconhecendo no novo maestro a capacidade suficiente para fazê-lo obedecer; respeitoso ao esforço do jovem que num curto espaço de tempo fizera um curso de aperfeiçoamento de harmonia com o ilustre e grande compositor na época residente em São João da Boa vista, o professor Joaquim Azevedo Filho. Depois, como todo artista, houveram as sucessões de lutas, vitórias, dificuldades, tristezas, alegrias, viagens, novas bandas em Taquaritinga, Santa Adélia, Dobrada, Sertãozinho, Penápoles, Bauru, Pindorama, até que um novo capítulo se formou na história do maestro Jorge Galati. “MARÍLIA---CIDADE MENINA” Em maio de 1934, um grupo de homens atarefados na construção de uma cidade ao descanso de um dia, resolvem formar uma banda, veículo precioso para acompanhar a esperança de centenas de famílias que chegam ao sertão procedentes de todos os rumos. Organiza-se a “Associação Musical Mariliense” ficando então sua primeira diretoria, assim constituída. Presidente, José Ferreira da Costa; secretário, Francisco Mazioti Netto; tesoureiro, Edmundo Sbroco; diretor, José Correia Gomes, e Comissão Fiscal, Venâncio de Souza, Manuel Joaquim Nunes; Tertuliano Soares Albergaria e Antônio Rosa. A banda, também, sofreu as conseqüências e peripécias do sertão, furiosamente atirava seus sons através às matas extensas que rodeavam a pequenina cidade; mas a cidade cresceu, a banda também. Era preciso agora novos músicos e antes de tudo, um maestro. Em 1937, a convite da diretoria, o maestro Jorge Galati assumiu o cargo de regente da “Associação Musical Mariliense”, dizem os antigos moradores da “Cidade-Menina” que naqueles dias não houve quem ficasse em casa, pois todo mundo queria ver a banda dirigida pelo maestro Galati que agora tinha novas músicas, e umas valsas, de cortar o coração. E o coreto da praça Saturnino de Brito, as procissões da Semana Santa, as festas das escolas, nas chegadas de pessoas ilustres, lá ia a banda cumprindo sua GLORIOSA MISSÃO. E atrás dela, uma população inteira, que deixava momentaneamente seus afazeres batendo palmas e sorrindo esperançoso. Dentro do elevado número de composições do maestro Jorge Galati, destacamos algumas delas: “Chuva de Rosas”; “cascata de Pérolas”; “Flocos de Neve”; “Santa Cecília”; “Legenda Oriental”; “Alvorada dos Canários”; “Coração de Poeta” (fantasias, duetos e ouverture); “Alma Sonora”; “Madrigal de Abril”; “Estrela do Norte”; “Alma Paulista”; “Clair de Lune”; “Estrela Vésper”; “Chuvisco de Prata”; “Madrugada de Estrelas”; “Os Dois Amigos”; “Sangue Latino”; “Anhaqua” (marchas sinfônicas e militares); “Alma Sertaneja”; “A voz do Coração”; “Sorriso de Anjo”; “Pingos de Cristal”; “Darcy”; “Laura”; “Warcy” (valsas seresteiras e canções). E a conversa iniciada no outro domingo, durante um intervalo da “Banda” animando o mariliense ali na Praça Saturnino de Brito, termina: -- “Meu caro -- despede-se o maestro Jorge Galati – foi mais ou menos assim que tem corrido minha vida. Quem nasce para a música, morre ouvindo uma nota e quem sabe se em uma delas o artista voará para o céu! Outro dia recebi uma carta da Rádio Nacional, do Rio de Janeiro pedindo-me estes dados para um programa “Gente que Brilha”. Mandei-os, porém tive o imenso prazer de repeti-los para seu jornal. E somente isto. Passe bem. Decreto n. 2610/69




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