Paulo Corrêa de Lara (1901~2001) é importante historiador da cidade, membro Fundador da Comissão de Registros Históricos de Marília, foi membro muito ativo da comunidade espírita de Marília e esteva à frente de importantes projetos para o desenvolvimento da cidade. Há 14 anos Marília perdia um dos seus mais ilustres personagens, no dia 26 de maio de 2001, o escritor se foi deste mundo terreno, mas seu legado, deixado por anos de dedicação à comunidade mariliense, as obras espíritas e as ações sociais, foram perpetuadas para sempre na memória e nas Instituições que até hoje prestam inestimável papel em prol da comunidade. Nascido em Tietê, na região de Sorocaba (SP), em 6 de setembro de 1902, Paulo Corrêa de Lara serviu na Revolução de 30. Formou-se professor pela Escola Normal da Praça da República, em São Paulo, onde exerceu a magistratura até 1935. Em 1925 lecionou em Ilhabela. Chegou a Marília em dezembro de 1935 e em 1936 trabalhava como Fiscal de caça e pesca. Convidado pelo senhor Eurípedes Soares da Rocha para trabalhar como escrevente do Registro de Imóveis e Anexos da 2ª Circunscrição da Comarca de Marília, tornou-se Oficial até aposentar-se em 15 de setembro, de 1970. Fundou com outros companheiros o Hospital Espírita de Marília, a Associação Filantrópica de Marília, a Mansão Ismael, Educandário Dr. Bezerra de Menezes, Lar de Meninas “Amelie Boudet”, Instituto Assistencial Espírita de Marília, Sociedade Luso-Brasileira, União dos 13 e Fundação Eurípedes Soares da Rocha. Seu último trabalho foi como membro da Comissão Organizadora dos Registros Históricos da Câmara Municipal e da Cidade de Marília, onde foi membro fundador, junto aos amigos: Aldo Pedro Conelian (ex-presidente da Câmara que criou a Comissão), vereador Armando Raineri, Rubens Pedrosa, Anselmo Scarano, Roberto Caetano Cimino, Nelson Fernandes e Toshitomo Egashira, ficando ainda designado coordenador e produtor, Sebastião Carvalho Leme. O objetivo da Comissão foi de resgatar o contexto histórico da cidade e está até os dias de hoje atuando junto a comunidade principalmente na valorização dos pioneiros através da memória oral. O livro “Marília, sua terra sua gente”, publicado em 1989 é fruto de seu árduo trabalho na busca da história mariliense. Encontrou dificuldades na busca de fontes históricas pois muita gente e muitos documentos foram desaparecendo, deixando ainda mais distante a verdade histórica. Em 1998 publicou seu segundo livro: “Marília, Marcos e Monumentos”, obra referência para pesquisar e compreender o significado e importância dos Monumentos da cidade. Publicou durante muitos anos a coluna “Memória - História” onde resgatou aproximadamente 1000 biografias de personalidades que denominam as ruas de nossa cidade, muitos artigos em parceria com Paulo César Colombera e Rosalina Tanuri Zaninoto, membros da Comissão de Registros Históricos. A partir destes conteúdos, foi possível alimentar a base de dados com as informações no site www.asruasdemarilia.com.br Paulo Lara sempre esteve a serviço, não só da comunidade, mas também dos hospitais e principalmente do Hospital Espírita de Marília, merecendo o título de Cidadão Benemérito pelo HEM. Também em sua homenagem, em 9 de setembro de 2005, o governador Geraldo Alckmin sancionou Projeto de Lei de autoria do então deputado Vinícius Camarinha, que denominou “Paulo Corrêa de Lara”, o viaduto localizado no km 452 da SP 294 (Rodovia Comandante Ribeiro de Barros) em Marília. Este viaduto é via de acesso a Fundação, onde instalado no h de entrada há um busto do homenageado. Em sua homenagem foi denominada com seu nome a antiga rua Alagoas e também a Sala da Comissão Organizadora dos Registros Históricos da Câmara Municipal e da Cidade de Marília. Pai exemplar, foi casado com Dona Mariquinha também falecida. Segundo sua filha Augusta Lara Anhaia, em depoimento recente à Comissão de Registros Históricos, “Ele era atencioso com todos e cultivava a vida em família, além disto, era um defensor da independência das mulheres. Em sua essência, foi um homem que tinha uma visão muitos anos além do período presente e teve como base a doutrina espírita, não fazendo distinção de credos e ajudando a todos. Em vida pediu que lhe fosse prestada homenagem após morte com nome de rua, que assim fosse com uma rua curtinha e que não criasse transtornos de mudança de endereço para os residentes na via. A Rua Alagoas é uma real central da cidade e por lei, ou seja, por ter nome de estado, pode ser alterada a nomenclatura da mesma. Assim sendo a Câmara Municipal de Marília aprovou a mudança para Rua Paulo Corrêa de Lara, rendendo justa homenagem ao cidadão que tanto amou esta cidade.