José Coriolano de Carvalho, como ele gostava de ser chamado e conhecido, foi uma personalidade singular. Nascido em Barros, Estado do Piauí, em 08 de maio de 1878, formou-se em farmácia e depois medicina, pela Universidade do Rio de Janeiro, exercendo sua atividade profissional em Presidente Alves, Barretos, Catanduva e Rio de Janeiro. Como farmacêutico público “Herbanário Farmacêutico”, que mereceu aplausos do mundo científico brasileiro. Veio para Marília em 1929, aqui se radicando e casando. Estas anotações constam do livro “Marília- Cidade Nova e Bonita”, ao qual sempre me reporto. As que seguem, reproduzo de um artigo meu nº XXIII- da série “Marília - um pouco da sua história”, publicado neste mesmo jornal em 04 de outubro de 1987; e ainda de outro também por mim publicado no “Correio de Marília” em 25 de maio de 1986, sob o título- “Marília - Ruas e Praças”: O Dr. José Coriolano de Carvalho era getulista e nunca fez segredo disso. Como Prefeito nomeado logo depois de terminada a Revolução de 1932, tomou algumas iniciativas que não foram bem acolhidas pelos moradores da cidade, que tinha tomado parte ativa na referida Revolução, decidiu de início, verificar a destinação do ouro arrecadado para “O Bem de São Paulo”, no que não foi bem entendido, gerando descontentamento, que resultou numa manifestação pública contra a sua pessoa em reunião procedida no Cine São Luiz desta cidade. Marília ainda sangrava das perdas na frente de combate, de três de seus voluntários: Nelson Spielmann, Dr. Augusto Saturnino de Brito e Vicente Ferreira. Por isso, não aceitava qualquer intromissão de delegado da Ditadura, em assunto que era competência e dignidade. Eu, que mais tarde privei da amizade desse homem austero e inflexível, pude compreender a sua honestidade e correção. Afastado da Prefeitura, afastou-se também da política mariliense, dela não vindo mesmo a participar após o Estado Novo. Faleceu o médico Dr. José Coriolano de Carvalho, em 29 de fevereiro de 1968, como médico do SANDÚ, não deixando a sua família outra riqueza senão a da retidão da sua vida honesta e proba. Teremos que acrescentar que o mesmo foi presidente da Sociedade Marilândia por muitos anos, cargo ao qual, com muito custo, nós, os seus amigos, o conduzimos e, que desempenhou com a maior competência. Fonte: Paulo Corrêa de Lara - Comissão de Registros Históricos Jornal do Comércio de 10/01/89.