Congresso SAE Brasil reúne inovações tecnológicas para veículos.

Carro elétrico de plástico, rádio que mostra a situação do trânsito em tempo real, sistema que ensina a conduzir o carro de forma mais econômica e câmbio que reduz a emissão de poluentes. Essas são algumas das novas tecnologias apresentadas até esta quinta-feira (7) no Congresso SAE Brasil 2010. O evento é organizado pela Sociedade de Engenheiros da Mobilidade e começou nesta terça-feira (5) no Expo Center Norte, em São Paulo.

De acordo com o presidente da SAE Brasil, Besaliel Botelho, o foco do evento são as inovações para reduzir as emissões de CO2 dos carros, as alternativas ferroviárias para o transporte de pessoas e novos sistemas de segurança. “O Brasil é o quarto maior mercado de veículos do mundo. O Congresso vive o bom momento da indústria nacional, então trazemos uma série de inovações para a mobilidade”, ressalta Botelho.

No entanto, muitas delas não chegarão tão cedo ao Brasil. “O país não tem problema de escala de produção, afinal é o quarto maior mercado, mas os custos de mão de obra, logística e impostos inviabilizam o lançamento de muitas tecnologias no país”, reconhece o presidente da entidade.

Além disso, Botelho destaca que a tecnologia nacional anda a passos lentos por causa da falta de incentivos às patentes. “Não temos cultura das patentes. Na área automotiva, tivemos 146 patentes no ano passado, o que é muito pouco. No entanto, os investimentos em pesquisa são bons”, destaca.

Segundo ele, o problema é que os engenheiros no Brasil desenvolvem suas pesquisas em universidades, enquanto a maioria das inovações em países como os Estados Unidos vem de dentro da indústria. “Por isso que no Brasil a SAE tenta fazer uma ponte entre a indústria e as universidades”, ressalta Botelho.

A falta de engenheiros no mercado de trabalho também prejudica esse processo. “Para um país com o ritmo de crescimento do Brasil, precisaríamos de 60 mil engenheiros se formando por ano. Hoje se formam apenas 30 mil. O país está carente de engenheiros em todos os setores”, alerta.

Confira as novidades apresentadas no Congresso SAE Brasil   Direção econômica
A Magnetti Marelli, do Grupo Fiat, exibe pela primeira vez no Brasil o sistema Eco Driving. O recurso de telemetria oferece a avaliação da forma de dirigir do condutor, que abrange aceleração, força de frenagem nas curvas, gasto de combustível etc. A melhoria dos hábitos à direção pode garantir, segundo a fabricante, redução de até 20% nas emissões de dióxido de carbono.
  Carro elétrico de plástico
A Plascar criou um carro elétrico quase todo em plástico e fibras naturais — apenas o chassi e o motor não são. A estrutura plástica é reforçada com fibras do bagaço da cana-de-açúcar, palha de coqueiro, arroz e juta. As janelas são de policarbonato, mesmo material usado nos faróis, em substituição aos vidros. O carpete foi feito de garrafas PET inutilizadas e a iluminação é em LED.
  Rádio mostra trânsito ´ao vivo´
Já disponível no mercado norte-americano, a Visteon trouxe uma nova geração de rádios que possibilita o acompanhamento em tempo real da situação do trânsito nos trajetos onde houver câmeras instaladas. O rádio conta ainda com leitor multimídia, entrada USB, dispositivos DVD, iPod e wireless que permite também o acesso à internet.
  Cabos de alumínio
A Delphi trocou os tradicionais cabos de cobre do sistema elétrico – material utilizado desde a década de 1920 — por alumínio, para reduzir o peso do carro. Segundo a empresa, os cabos de alumínio pesam 48% menos e possibilitam a redução de até 30% no volume da fiação do veículo. Isso proporciona a redução do consumo de combustível e, consequentemente, do nível de emissões.
  Imobilizador de porta
A multinacional alemã Brose apresentou um sistema chamado de Infinite Manual Door Check, que imobiliza a porta na posição deixada pelo motorista, evitando o fechamento involuntário no momento de entrar e sair do carro. A ideia é prevenir acidentes.
  Câmbio econômico
O chamado câmbio Dual Shift Gearbox é uma tecnologia desenvolvida pela Volkswagen que minimiza interrupções de potência e reduz em até 22% a emissão de poluentes, de acordo com a fabricante. Mais confortável, o condutor não sente os pequenos ´trancos´ na troca de marchas, comum em câmbios automáticos.
  Fonte: Portal G1 / Economia     

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