Com menor duração e mais voltados ao mercado de trabalho, esses cursos superiores são cada vez mais procurados

Tecnólogos são profissionais cada vez mais valorizados no mercado de trabalho. Segundo dados do Ministério da Educação (MEC), entre 2002 e 2007 a demanda por cursos superiores de tecnologia aumentou 390%. Esses cursos, com menor duração e mais voltados ao mercado de trabalho, vêm ganhando espaço entre os brasileiros que, até então, valorizavam apenas os bacharelados. Ainda segundo o MEC, tendo como base o ano de 2003, o número de instituições de cursos tecnológicos aumentaram em 52,8% e a rede, que somava 113 mil alunos matriculados, agora conta com 219 mil estudantes.

O coordenador dos cursos tecnológicos da Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação (Esamc), Antero Todesco, explica que essa modalidade de graduação surgiu no Canadá. Ele conta que, com a expansão econômica, o mercado passou a abrir muitas vagas e os cursos de menor duração apareceram como uma ótima alternativa para a formação de mão-de-obra qualificada e especializada para as empresas, que não mais poderiam aguardar o período de quatro ou cinco anos para a formação de um profissional.

De acordo com Todesco, a oferta de cursos tecnológicos vem crescendo a cada ano, numa média de 40% a 60%. Entre as vantagens de se cursar esse tipo de graduação, ela destaca o fato de grande parte dos professores desses cursos serem também atuantes na área que lecionam. Isso permite que o aluno tenha conhecimento das mais novas tendências e mantenha-se atualizado de acordo com as demandas. Ele também explica que os cursos tecnológicos são todos de nível superior, permitindo que o aluno, depois de formado, possa optar por dar continuidade aos seus estudos em nível de mestrado e doutorado, além de especializações e MBAs.

Sobre o perfil do aluno de curso tecnológico, Todesco explica que vem mudando ao longo dos anos: Inicialmente, os alunos de cursos tecnológicos eram pessoas com mais de 30 anos, que já trabalhavam e buscavam especialização em sua área de atuação. Atualmente, os mais jovens descobriram esse nicho e investem em cursos tecnológicos, tão logo saem do Ensino Médio.

De acordo com o coordenador, os índices de empregabilidade de ex-alunos são excelentes, visto que a maioria consegue uma colocação, já no momento em que iniciam a graduação. Dificilmente um tecnólogo fica sem emprego, garante. Todesco destaca, ainda, que as áreas com maior oferta de vagas são as de Logística, Gestão de Recursos Humanos e Gestão Financeira. Outra área promissora é a de Tecnologia da Informação, na qual, segundo Todesco, a demanda é imensa, visto que Sorocaba já conta com quatro fábricas de software. Além desses, a ESAMC Sorocaba oferece outros quatro cursos tecnológicos: Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Redes de Computadores, Processos Gerenciais e Gestão Comercial.

Há vagas no mercado

A valorização dos cursos tecnológicos é confirmada pelo crescente número de vagas de emprego destinadas a esses profissionais. O diretor-executivo da empresa de seleção Catho, Mauricio Micheletti, explica que, atualmente, os cursos tecnológicos são uma tendência, porque são mais específicos e profissionalizantes, se comparados aos bacharelados. As empresas já notaram a diferença entre profissionais tecnólogos e os bacharéis e não existem mais preconceitos em relação aos cursos tecnológicos, que têm curta duração, afirma.

Uma pesquisa feita pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Brasil atual o curso profissionalizante eleva em 48% as chances de se conseguir emprego. Além disto, em média, o salário de um tecnólogo é 12,9% maior quando comparado com os ganhos dos trabalhadores que cursaram até o ensino médio normal.

Segundo Micheletti, os setores que mais empregam atualmente são o de comércio e serviços. Nesses setores é grande a procura por profissionais das áreas financeira e comercial. De acordo com Micheletti, a área com maior demanda por profissionais é a de Tecnologia da Informação. No entanto, essas são justamente as vagas mais difíceis de serem preenchidas, devido às exigências de cada empresa. Micheletti explica que a maioria dos candidatos possui uma formação muito genérica e as empresas buscam profissionais com nível de especialização cada vez maior.