Profissão exige boa escola, aprovação em diversos exames e dedicação em tempo integral

Uma carreira de muito estudo e provações espera os interessados no mundo da justiça. O direito é uma profissão que vê com bons olhos os graduados em escolas tradicionais -aquelas que têm os vestibulares mais disputados-, aplica três vezes por ano um exame que define quem entra no mercado de trabalho e exige dos profissionais uma infinidade de concursos.

Nesta semana, o
Guia de Carreiras do G1 fala sobre os estudos de direito, as possibilidades de trabalho, inclusive voluntário, e os concursos que permeiam a vida profissional, além de trazer um infográfico que pontua as principais características da carreira.

O Brasil tem hoje 532.219 advogados, segundo dados da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A média é de um advogado para cada 352 habitantes. A maioria deles, 179.740, é filiada à seccional de São Paulo da Ordem. Em seguida vêm os registrados no Rio de Janeiro, e, em terceiro lugar, o quadro de advogados de Minas Gerais.

Os advogados são os profissionais mais numerosos no mundo da Justiça brasileira. Para efeito de comparação, há cerca de 17.000 juízes em todo o país, segundo dados da Associação Brasileira de Magistrados (ABM).

A universidade
Os cursos de graduação duram cinco anos, e as principais disciplinas estudadas são direito penal, processual e civil, constitucional, tributário e administrativo, direito do trabalho e direito do consumidor, além de criminologia, legislação, economia e filosofia. 

O Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) para o curso de direito foi realizado neste ano e ainda não há resultados divulgados para saber quais escolas apresentaram os melhores resultados. A OAB, no entanto, recomenda a maioria das universidades federais do país, com exceção das de Amapá, Mato Grosso do Sul, Roraima e Tocantins. A Ordem classifica as instituições conforme nota no Provão, que aconteceu até 2003, e na performance dos alunos no Exame de Ordem.

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A função do advogado (do latim "ad vocatus", que significa "o que foi chamado") é fazer aconselhamento jurídico. Ele pode trabalhar como autônomo ou em grandes escritórios, nas áreas criminal, penal, cível, trabalhista, e outras diversas. Invariavelmente, leva trabalho para casa.

"Normalmente, trabalha-se mais de oito horas e, às vezes, nos fins de semana", conta Jarbas Machioni, advogado há 25 anos, que preside a Comissão de Assuntos Institucionais da OAB. "Desde o estágio já é assim", afirma. "O trabalho envolve muita pesquisa, redação e leitura de tudo, tudo o que traga cabedal à carreira do advogado", alerta, lembrando a frase de Pontes de Miranda: "Quem se contenta em ler lei é um louco, um criminoso que o código esqueceu de enquadrar."

Em menor número, porém não com menos importância, figuram na Justiça os promotores, que atuam nos ministérios públicos recebendo denúncias e promovendo a investigação de pequenos e grandes casos. "O promotor é uma espécie de ombudsman - com muitas aspas - da sociedade", destaca Marcelo Vigliar, autor de livros sobre o trabalho, que exerceu por 14 anos em São Paulo. "O promotor, no Brasil, tem uma função bastante distinta do que no resto do mundo, porque o Ministério Público ganhou força muito grande no Congresso a partir da Constituição de 1988 e conseguiu acumular funções importantes."

Uma das atividades é receber o público para ouvir denúncias. Se o caso diz respeito somente a quem buscou orientação, o promotor deve encaminhar a pessoa a um advogado ou outra autoridade. "Mas se a pessoa for denunciar que uma empresa está derramando ácido num rio, por exemplo, o promotor deve pegar o caso para si e dar continuidade no Ministério Público".

Numa outra ponta estão os juízes, profissionais que seguem a magistratura. São cerca de 17.000 no país, segundo a Associação Brasileira de Magistratura (ABM). Ao juiz cabe julgar os casos levantados pela Justiça. A carreira pode ser feita nos âmbitos municipal, estadual e federal, e os cargos são concursados. Um recém-aprovado em concurso para juiz federal, por exemplo, começa a carreira como juiz substituto, com salário de R$ 10.055,40.
  Fonte: Portal G1 

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