O aumento no lançamento de novos empreendimentos imobiliários tem influenciado diretamente na falta de mão-de-obra no ramo da construção civil. Segundo Elias Alves Teixeira, diretor-tesoureiro do Sindicato da Construção Civil, o número de construções esse ano deve ultrapassar em mais de 200% do volume realizado no ano passado.
“A estimativa para esse ano é que tenhamos de 2 mil a 2.500 casas no final do ano, entre construídas e em construção”, diz.
De acordo com ele, a falta de mão-de-obra subiu consideravelmente de 2009 pra cá. “Hoje pedreiros cobram em torno de R$ 100 a diária, no ano passado a média era de R$ 60”.
O aposentado Adelino Ferreira Franco, 68, acredita que teria economizado até R$ 6 mil se tivesse iniciado a construção de sua casa 8 meses atrás. “Está muito difícil de encontrar profissional hoje em dia e quando a gente acha eles exploram”, afirma.
Ainda que o pedreiro que ele contratou não é dos mais caros. Mauro Marcolino de Souza, 45, conta que desde janeiro está cobrando R$ 60 a diária. Antes, cobrava R$ 45. “A gente sobe pouco, porque se subir muito não arruma serviço”.
Mesmo assim, ele confirma que compensa mais pegar serviços particulares. O piso de um pedreiro hoje é de R$ 917, enquanto o de servente é de R$ 770. Serventes e carpinteiros também cobram mais
A diária de serventes e carpinteiros também subiu, em relação ao preço praticado no ano passado.
O carpinteiro Rogério Aparecido, 35, resolveu aumentar o preço da diária em 40%. No ano passado, ele cobrava R$ 50. Hoje, cobra R$ 70.
Daniel da Silva, 46, servente de pedreiro, diz que o preço de sua diária atualmente é de R$ 40. Em 2009, cobrava R$ 30 pelo mesmo serviço. “Nós temos que acompanhar o aumento de tudo”. Mesmo com o aumento, ele não dispensaria um trabalho fixo. “Registrado você tem um salário certo, mas é mais difícil de achar”, completa.